Hoje o dia começou com café da manhã e empacotamento
das malas. Como vamos voltar para o mesmo hostel vamos deixar as mochilas
grandes guardadas aqui, e vamos para Machu apenas com uma mochila de ataque.
Depois do café da manhã ficamos esperando a van que
nos pegou dentro do horário previsto. A primeira parada foi em Pisac, onde
pagamos pelo ticket o Valle Sagrado no valor de S/. 70. Antes de irmos ao sítio
arqueológico propriamente dito paramos em uma fundição de prata, onde é
possível comprar jóias lindas e bem trabalhadas! O sítio arqueológico de Pisac
é uma das cidades incas em ruínas que fazem parte do Valle Sagrado. O vale tem
esse nome por estar na beira de um rio, que fazia com que as terras fossem férteis
e, portanto sagradas. Por todo o caminho o nosso guia foi contextualizando a
história e tradições incas.
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VIsta do Valle Sagrado
e abaixo imagens das jóias de uma fundição local. |
Para minha enorme tristeza o dia está chuvoso, é uma
pena porque você acaba não admirando completamente a beleza ao seu redor.
Infelizmente algumas coisas são observadas ao longe, e com tanta neblina e
nuvens de chuva fica meio impossível de ver.
Pisac é uma ruína inca, com terraços de plantação,
casas e tudo mais. Seu tamanho é bem menor que Machu Picchu, mas é
impressionante para um primeiro contato com a cultura inca. É também o local
onde se encontra o maior cemitério inca. O passeio foi todo na chuva, mas foi possível ver a estruturas das casas,
um pouco dos terraços e do outro lado da neblina os buracos onde os incas eram
enterrados. O povo inca acreditava em outras vidas, desta forma seus mortos
eram enterrados em posição fetal para o renascimento, junto também com seus
pertences e itens que julgavam necessários na próxima vida. Outra coisa
interessante é que os incas faziam suas cidades sempre próximas à fontes de
água, que era canalizada para irrigação dos terraços.
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Pisac. |
Almoçamos em um restaurante no meio do caminho e
seguimos até Ollantaytambo. Ollantaytambo é um povoadinho muito charmoso. As
casas e estruturas foram feitas por cima das antigas estruturas incas, então se
você reparar verá que a parte de baixo das casas, até cerca de um metro de
altura é feita de pedra, e como estava chovendo, pudemos ver o sistema de
escoamento de água também.
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Ollanta |
Entramos então nas ruínas de Ollanta pela porta Punku-punku.
A cidade era um ponto de parada dos incas, uma parada para alojamento. Além
disso, também é um ponto de vigia militar, estratégico para os incas. E fato
que a vista inteira do vale lá de cima faz você concordar com essa teoria...
rs... Ollanta também é interessante por ser um templo inacabado, e por tal
infortúnio para os incas (de não conseguirem acabar a construção, não se sabe o
motivo) permitiu aos estudiosos observar o método construtivo inca.
A subida é pelos terraços de plantação. Subindo pouco
a pouco fomos parando para as explicações. Aos poucos as estruturas de
amontoados de pedras começaram a modificar, se tornaram mais organizadas e
polidas. Os incas diferenciavam as construções sagradas fazendo-as com pedras
maiores e polidas, como pode ser visto nas fotos. A parte religiosa e sagrada
de Ollanta é o incrível, porém inacabado, Templo do Sol, que fia no ponto mais
alto das ruínas. Os monólitos gigantescos que compõe o templo são
impressionantes. Os desenhos entalhados, no entanto, me parecerem um pouco
destruídos, provavelmente pela ação do tempo.
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Vista de baixo e de cima do templo de Ollanta. |
O guia nos mostrou os pontos de apoio para mover as
gigantescas pedras, mostrou as chaves utilizadas para unir os imensos blocos (é
sabido que os incas sabiam manusear metais e fundi-los, utilizando em diversos
propósitos) nos blocos deixados no meio do caminho. Fiquei pensando o que seria
desse templo se o tivessem acabado. E fiquei ainda mais maravilhada com a
capacidade de um povo extinto há mais de 500 anos de ter conhecimentos tão
profundos de arquitetura, geologia, manuseio de metais e tantos mais...
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Construções incas em Ollanta. Destaque para o Templo do Sol. |
Na descida o guia nos mostrou a montanha a frente.
Primeiro a formação talhada na montanha para parecer com um rei com uma coroa,
no solstício de verão o sol bate iluminando o rei e o templo do sol! Segundo,
mostrou na mesma montanha só que um pouco mais abaixo os silos de armazenagem
de grãos, que ficavam a uma altura e posição tal que os grãos não se estragavam
e ficavam seguros de possíveis saqueadores, motivo pelo qual se acredita que a
outra face, também parecida com um rei com coroa e barba tenha sido entalhada,
fazendo com que se tenha a impressão de um gigante carregando o silo nas
costas!
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Gigante entalhado na montanha. |
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Rei entalhado na montanha. |
Enfim, maravilhada com tudo foi hora de descer. A
inclinação da subida é enorme, e eu fiquei com muito medo de descer na chuva,
mas a inclinação dos degraus da escada é de tal modo que seu corpo fica
projetado para trás, e dá bastante estabilidade para descer, sem contar que há
um sistema de escoamento de água à direita da escada, linda essa engenharia viu!
Deixamos o nosso grupo para trás, eles seguiram para
as duas outras cidades do trajeto. Nós ficamos em Ollanta para pegar o trem
para Águas Calientes. Paramos na praça central, tomamos um Pisco (bebida
tradicional do Peru) e quando deu horário fomos para estação pegar o trem.
Achei a estação meio bagunçada, tem vagões para locais e vagões turísticos. A
fila estava enorme, mas embarcamos sem nenhum problema. Conhecemos no trem um
grupo com sete brasileiras, bem legal, e a falazada acabou nos distraindo da
viagem!
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De Ollanta À Machu Picchu! |
Para minha alegria, enfim desembarcamos em Águas Calientes, que é o
povoado na base de Machu Picchu! É também muito charmoso, fomos recebidas na
estação por um funcionário do hostel, que fica na beirada da linha do trem,
andamos um pouco pelas ruas e fizemos check in. Depois saímos pelas ruelas, para
quem fica mais tempo tem uma boate que falaram muito bem. Compramos uns lanches
em uma das vendas e voltamos para o hostel. Eu pretendo acordar bem cedo para
pegar o primeiro ônibus que sobe, para que com sorte eu veja o sol nascer em
Machu Picchu... coração ainda batendo a mil de ansiedade!!!!
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