terça-feira, 20 de agosto de 2013

Bolívia: Dia 5 – Salar de Uyuni: 1 de 3

Salar de Uyuni!

A ida até Uyuni foi de certa forma muito tranquila, eu esperava coisa pior. Não senti frio no caminho, a parte da estrada de terra balançou muito, mas nada que desse problema.

Chegamos em torno das 8h00, estava bem frio. Uyuni é um povoado bem pequenininho, com jeito de bem simples. Nada de prédios gigantes ou coisa assim, casinhas de dois andares no máximo. Chegamos na empresa Todo Turismo, lá tomamos um chá quente e fomos ao banheiro. Por conta do frio a água congela nos canos, então não tinha água na pia!

Fomos recebidas pela moça da empresa que o pacote foi contratado, ela nos levou até a loja dela. Largamos as mochilas lá e fomos a uma vendinha comprar chapéu por conta do sol. A cidade estava um deserto, nada tinha aberto ainda, só essa vendinha mesmo. Quando voltamos a loja a moça nos explicou que parte do nosso grupo não tinha conseguido chegar a Uyuni, e nesse ponto começou os nossos problemas...

O passeio de 4x4 em Uyuni é normalmente feito em grupo de 6 a 7 pessoas. Os trajetos e hotéis em que se pode passar as duas noites variam muito em função do valor que é pago. Nós pagamos um passeio com quarto duplo e banho privado. Como o pessoal que iria conosco não apareceu, tínham que nos realocar em outro grupo. A moça quis então nos colocar num grupo com quarto para 8 sem banheiro... Lógico que não aceitamos. Além disso, o trajeto é modificado conforme os hotéis, então deixaríamos de ver um ou dois pontos por estarem fora da rota... Conversamos, exigimos e por fim, depois de muito argumentar fomos realocadas. O passeio seria completo, mas apenas no primeiro dia teríamos quarto duplo com banheiro. Era o que dava para fazer, e já estávamos lá, então era embarcar e curtir o passeio!


Nosso 4x4 dos próximos 3 dias!

Por volta das 11h00 embarcamos no 4x4. Nosso grupo era composto de 3 franceses, um peruano, a Mari e eu. A primeira parada é bem na saída da cidade, o Cemitério de Trens. Uyuni era um centro de comércio, por onde passa uma ferrovia. As locomotivas eram a vapor, mas imaginem achar água para essas locomotivas em meio a um deserto? Não era para funcionar, rs... Bom, com a evolução das tecnologias as locomotivas foram trocadas, e o centro comercial de Uyuni sofreu uma certa decadência, assim quando as locomotivas foram trocadas pelas novas (que ainda hoje circulam pela região) as antigas foram apenas deixadas de lado, e assim se criou o Cemitério de Trens... O legal é que dá para subir, pular, enfim, fazer graça por lá! Depois a típica parada para compra de artesanato.


Cemitério de trens.
Em seguida fomos para o Salar de Uyuni! Na época de chuvas (verão) não é possível circular por cima dele porque fica como uma lagoca, com cerca de 30 cm de água, mas no inverno como o tempo é seco pode-se circular livremente pelo salar. Uyuni é o maior salar do mundo, com mais de 11.000 km² de extensão! Logo paramos para ver a exploração do sal, muito simples, eles raspam o chão fazendo montes, que em seguida são enviados por caminhão para processamento. O guia nos contou que se pode usar o sal diretamente, parece um sal grosso de churrasco, e que eles assim o fazem, mas para vender acabam processando.

A vista no salar é incrível... branco de se perder de vista... o céu super azul neste dia...  passamos por um monumento cheio de bandeiras, e sempre que queríamos observar algo parávamos e descíamos do carro. Já eram mais de 13h00 quando paramos no meio do salar para o almoço. Nosso pacote incluiu todas as refeições. O almoço foi feito pelo nosso guia (que também é o motorista). Enquanto ele organizava as coisas nós aproveitamos par tirar as famosas fotos em perspectiva... O que mais me impressionou de longe foi o silêncio desse lugar, absoluto silêncio. Eu me afastei um pouco de onde o carro estava parado, onde já não era possível ouvir meus colegas de viagem conversando, e o silêncio ao meu redor era puro. Devido ao ambiente salino não há animais que conseguem sobreviver no salar, e como não havia mais ninguém ao nosso redor, pude sentir o que realmente é o silêncio.

Salar de Uyuni!


Vista de Uyuni do alto da ilha Incahuasi.



















Pedra de sal.


O almoço estava bem gostoso, foi carne de lhama, quinoa, salada de alface e tomate... tava com pouco tempero, eu queria um pouquinho de sal mas não tive coragem de pegar do “chão” então comi sem tempero... irônico não? Rs.. Enquanto almoçávamos o guia nos explicou que por baixo da camada de sal era um alagado, e que as pedras de sal formam-se para baixo. Ele abriu um olho (buraco) no chão e tirou uma pedra que trouxe comigo, após secar ela fica bem rígida, e é impressionante como os cristais se forma em quadrados perfeitos!





Cactus na ilha Incahuasi.
Após mais algum tempo rodando no salar começamos a ver ao longe um pico. No salar existem algumas ilhas que emergem do sal. Essas ilhas são cobertas por cactos, alguns com mais de 900 anos! Paramos na Incahuasi, paga-se Bs. 30 para subir... é super legal e a vista lá de cima é ainda mais extraordinária! De lá é possível ver o quão grande é o salar, em algumas direções em que se olha é impossível ver qualquer coisa além do branco do sal, como se fosse um mar, só que branco! E essa foi a última parada antes de irmos para o hotel.

Gastamos mais algumas horas da ilha até sair do salar, e mais um bocado de chão até a vila onde passaríamos a noite. Ficamos em um hotel de sal, bem simples, feito com tijolos de sal e cactos, já estava escurecendo quando chegamos. Descemos as mochilas e foi nos servido um café da tarde. Tomamos banho e voltamos para o jantar. Primeiro uma sopa de legumes e depois frango com batata... tive dúvidas se era mesmo frango, a coxa parecia maior que a de peru, mas o guia jurou que era frango! Rs...



VIsta do nosso hotel! Que lua! 

Após comer, compramos uma cerveja e saímos para andar no povoado, os meninos queriam tirar foto da lua e do céu, que por sinal estavam maravilhosos! Não há iluminação nas vielas, só a luz do luar mesmo, faz frio.. rs.. o chão é de uma areia fininha  que compacta, as casas são todas com cara de simplesinhas.. Por conta do frio voltamos para o quentinho do hotel. Batemos papo, e hora de dormir, amanhã saímos as 6h00!

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