segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Bolívia: Dia 4 – Chacaltaya e Valle de La Luna

Esse dia foi longo!!! e o post também!

Assim como ontem, começamos a manhã esperando nosso transporte pro passeio. Achei que a van seria melhor que a de ontem, um pouquinho melhor mas nada além disso... Bem ruinzinha também... Ainda mais com o corpo doído do Downhill!!! =)

Chacaltaya: Prédio onde funcionava a estação de esqui.
Chacaltaya é um dos picos mais alto nos arredores de La Paz, faz parte da Cordilheira dos Andes e seu cume está a incríveis 5.421 metros acima do mar, e como estamos no inverno, que por aqui é super seco, quase não tem neve e é possível subir de carro quase todo o caminho.

A van parou em uma vendinha já na saída de La Paz, o guia nos sugeriu comprar algum lanche, água extra e chocolate para dar energia, e continuamos morro acima.

Vista de uma montanha a caminho de Chacaltaya.




Vou ser repetitiva nesse ponto, mas é sensacional a paisagem... Passamos por uma pequena aldeia, em uma área bastante seca, com pouca vegetação, vimos algumas lhamas e ovelhas, e continuamos a subir... Pouco a pouco as montanhas foram aparecendo, o guia foi explicando um pouco sobre o lugar até que paramos para tirar umas fotos e admirar a beleza da cadeia de montanhas... Sensacional!!!




5.300 metros de altitude! Bem vindo a Chacaltaya!
Em frente, foi a subida em ziguezague até os 5.300!!! O caminho não me pareceu muito seguro não, senti que por centímetros a van não despencava morro abaixo... Mas tudo bem chegamos!!! O guia explicou que no verão é que tem neve por aqui, porque o verão tem unidade e com a altitude é sempre frio. No inverno quase não se vê neve, é muito seco (meu nariz que o diga!). Diz ele que no verão pode—se esquiar, e que era uma estação de esqui, mas que o teleférico pra subir estava desativado, conclui então que a estação de esqui estava desativada...  Na verdade, a estação de esqui de Chacaltaya é/era a mais alta estação de esqui do mundo, mas mudanças climáticas fizeram com que o gelo derretesse e a estação fechou as portas em 2006.

Bom, os 100 metros finais de desnível era uma subida a pe de cerca de 500 metros... Fácil né??? Não!!! A 5000 metros de altitude o ar já eh rarefeito, com 50% menos oxigênio. Eu, mineira, quase nível do mar, sedentária olhei pra trilha e pensei:morri!!! O guia deu dicas para subir aos poucos, respirar pelo nariz e soltar pela boca, hidratar e ir caminhando no próprio ritmo, tínhamos duas horas pra ir e voltar!!! Parece cômico, mas não é. Eles que estão acostumados fazem esse trajeto de 500 metros em cerca de 15 a 20 min.. Pernas pra que te quero hora de subir!!! Fomos  passo a passo, bebendo bastante água até que chegamos lá em cima!!! E que vista... Sensacional!!!

A vista estava incrível... O tempo seco deixou o horizonte aberto, de lá vemos uma parte da Cordilheira dos Andes... Com esforço dá pra ver o Lago Titicaca, bem no fundo, provando sua grandeza pois estávamos a quilômetros dele e era possível ver a mancha azul no horizonte...

Vista lá de cima! No horizonte, com vontade dá para ver uma "mancha" azul a direita do pico que aparece na foto, é o lago Titicaca!

Que sensação maravilhosa... Parar e olhar aí redor e ver tudo 360 graus de beleza natural, que nunca uma foto conseguirá transmitir!!! Vimos alguns lagos na montanha de água de neve derretida... Cores incríveis, vermelho por conta do ferro, azul esverdeado, amarelo... Único esse lugar!  Fotos, descanso e hora de voltar!

Fóssil de concha em Chacaltaya.

A dica desta vez foi ir devagar... Descer rápido, por mais que se queira, não ajuda o corpo a lidar com a altitude, porque acaba-se fazendo muito esforço! Na volta o guia estava me contando que os estudiosos dizem que milhões de anos atrás o Lago Titicaca cobria toda a região e eu lá pensando estamos a 5.400 metros de altitude, como pode??? Até que ele acha uma rocha do chão e me mostra fósseis de conchas... Inacreditável... Enfim, muito legal!!! =)

Vista do alto dos 5.421 metros de Chacaltaya.

Acabamos nossa pequena caminhada com um pouco de dor de cabeça, solução foi mascar umas folhas de coca... Essa altitude não é fácil não!!! Todos na van, foi hora de descer e ir ao outro lado de La Paz, o Vale de La Luna.

Quase duas horas depois, quase 2.000 metros mais abaixo, lanchinhos e soneca na van estávamos do outro lado de La Paz na parte rica da cidade...
Posso dizer que senti que a cidade é dividida em duas, a parte pobre (centro) que está em torno dos 3.800 metros de altitude e a parte rica numa área um pouco mais baixa (cerca de 3.400 a 3.600). Estes bairros ricos são muito mais bonitos, não se vê a pobreza, vendedores nas ruas, as casas tem acabamento (na parte pobre as casas são em tijolos, sem reboco), tem jardins, os carros são melhores, enfim a tradicional diferença do bairro rico e bairro pobre.


Vista do Valle de La Luna.
O Valle de La Luna está nesta parte mais baixa de La Paz, estava um calor infernal, o tempo seco ajuda o sol a queimar mais a pele, mais dois litros de água e entramos no parque. Eu não fiquei muito impressionada com esta parte do passeio. O Valle é uma área de formações rochosas (arenitos, eu acho) que foram moldados pela ação do vento e das chuvas. O parque em si fica monótono após algum tempo lá dentro.

É possível seguir duas trilhas pré-definidas, no caminho são apontados alguns pontos em que se pode ver uma semelhança da formação rochosa a algum animal ou pessoa.. A parte mais legal para mim foi quando chegamos ao mirante, e de lá pude ver bem ao longe Chacaltaya e perceber a que distância estávamos e o quanto ele é imponente.


Do frio de Chacaltaya ao calor do Valle de La Luna em um dia!
Enfim, voltamos em direção ao centro, descemos na Illampu e pegamos um táxi pro Hostel Torino.  E pensar que o dia ainda não tinha terminado. Tivemos um tempo no hostel para tomar um banho, entulhamos as mochilas e fizemos check-out. Seguimos para perto da rodoviária onde pegaríamos o ônibus para Uyuni.

Quando compramos os passeios já incluímos o ônibus de ida e volta de Uyuni. Optamos pelo ônibus turístico, mesmo sendo um pouco mais caro. A viagem é longa, 546 km, as estradas não são tão boas assim, existe um trecho de estrada de terra, e além disso, vimos muitos comentários sobre motoristas dirigindo bêbados. A empresa que compramos foi a Todo Turismo. Fomos de semi-leito, com serviço de bordo (uma pequena janta e um café da manhã com iogurte e biscoito) e wi-fi, que não funcionou muito bem. A saída era as 21h00, mas é preciso chegar cerca de uma hora antes para fazer o embarque, acomodar as malas no bagageiro.

Foi tranquilo localizar a empresa, é na mesma rua do Terminal Rodoviário, quase que só atravessar a rua. Largamos as malas e nesse ponto já eram umas 20h00, e estávamos famintas. Não tínhamos almoçado ou feito qualquer refeição decente, apenas os lanches que compramos mais cedo. Corremos na rodoviária a procura de uma comida menos suspeita, acabamos num restaurante que vende frango com pasta, por sinal aqui parece que só se come frango.. por fim não aguentava mais ver pollo na minha frente! Farofa a parte, saciada a fome, embarcamos sem atrasos em direção a Uyuni.

O jantar foi um arroz com frango, chá quente ou água. O ônibus tem aquecimento, e é emprestada uma mantinha com um travesseirinho. Tem tv passando filme e internet que não funcionou muito bem. No início eles entregam um folheto falando da empresa, do trecho e etc, e lendo vi o seguinte aviso, não com essas exatas palavras: “Nossos ônibus contam com equipamento de bafômetro, sinta-se a vontade para pedir ao motorista ou atendente de bordo para soprá-lo”, ou seja, não é um mito os motoristas bêbados. Enfim, hora de dormir, com sorte as 7h30 estaremos em Uyuni.

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