quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Bolívia: Dia 14 – Enfim, a volta!

Bom dia! Dia chato hoje, plano de ficar o dia inteiro entre voos e aviões! Rs...
O primeiro voo foi La Paz – Santa Cruz de La Sierra, as 6h20 da madrugada. Saímos cedo para não correr nenhum risco. O caminho até El Alto é até razoável durante a noite, mas se vc tiver um voo durante o dia se programe, o trânsito é péssimo e você pode se atrasar.

Despachamos as malas e chegando a Viru-viru elas ainda estavam inteiras! \o/

O voo de volta da Gol é depois na hora do almoço, e agora são 8h00 e já estamos esperando há algum tempo. Desta vez não temos salinha para esperar, e para falar a verdade, estamos beeeem cansadas!

Para o embarque em Viru-viru é preciso pagar a taxa de embarque para o aeroporto, no caso de voo internacional são US$ 25,00, então lembre-se de deixar este dinheiro reservado! Em seguida, despachamos as mochilas e ficamos apenas com a bagagem de mão para o embarque. Depois de passar para dar a saída no passaporte nossas bagagens de mão foram revistadas na nossa presença.

Embarcamos rumo a São Paulo, para a conexão com BH! Horas depois desembarca em SP, pega mala, embarca para BH... Chegamos em BH por volta das 21h00, mortas acabadas! Pelo menos o namorado da Mari veio nos buscar!
Esse é o fim desse roteiro, na mala de volta muitos regalos e fotos únicas desse lugar!

Espero que esse relato possa ajudar a quem está planejando viajar, e que possa incentivar quem não está a conhecer essas maravilhas!

Até a próxima viagem!

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Bolívia: Dia 13 – Passeio em Tiwanaku

Último dia de passeio e já tá dando saudade! Hoje vamos a Tiwanaku e amanhã bem cedinho os voos de volta! Mas bora começar o dia que ainda dá para fazer muita coisa!

Mapa com a cronologia dos Tiwanakus.
O povo Tiwanaku era uma civilização pré-incaica que habitou as margens do Lago Titicaca de antes de 1.500 a.C. à depois 1100 d.C. Isso mesmo, mais de 2.600 anos de civilização. Acredita-se que a civilização Tiwanaku possa ter sido precursora da civilização Inca, pois ambas as civilizações apresentam muitas semelhanças culturais, como, por exemplo, o culto aos três animais: Condor, o Puma e a Serpente, chamado também de Trilogia Inca. Esse culto relaciona cada um dos animais com os diferentes mundos que eles acreditavam. O condor relacionado ao mundo dos espíritos (mundo de cima), o puma relacionado com a força e o espírito dos homens (mundo do meio), e por fim a serpente relacionada ao mundo dos mortos (mundo de baixo). Este é apenas um exemplo, mas existem vários outros. No entanto, existe um período entre o que se considera o desaparecimento dos Tiwanaku e o surgimento do povo Inca, aos redores de 1400 d.C., que é um buraco na história, impossibilitando saber ao certo a possível comprovar a evolução da sociedade Tiwanaku para a Inca.


Momento história a parte, a van nos pegou cedo no hostel. Percorremos tranquilamente o caminho de uns 80 km até a cidade.

A nossa primeira parada foi no museu Lítico, eu queria ter passado mais tempo lá, mas não pude. O que há para se ver de mais impressionante é o monólito Bennet, que tem mais de sete metros de altura. Um monólito é uma peça única de rocha, e neste caso esculpida na forma de um “ídolo” Tiwanaku. A sala em que fica dá um volume ainda maior ao monólito. Não se pode tirar foto nos museus de Tiwanaku, mas pesquisando na internet se acham fotos como a abaixo, e é realmente impressionante.

Museu Lítico e foto retirada da internet do Monólito Bennet.


Passamos para o museu cerâmico. Esse certamente é o melhor lugar para se entender a história já descoberta. Achei o museu bastante completo, mostrando as cerâmicas, as ferramentas, existe até uma múmia em exposição. Ele é organizado de forma cronológica de forma a contextualizar os milênios de existência da civilização. Achei interessante também o  fato de poder ver um pouco mais que ruínas e imaginar o que acontecia nelas, de certa forma, torna tudo mais palpável. Aqui muita coisa me impressionou, acho que uma peça entalhada em metal (acho que ouro, mas não tenho certeza) com uma perfeição impressionante foi sem dúvidas um ponto alto! É realmente uma pena que não se possa tirar fotos, mas nada que uma busca rápida na internet não possa te dar um gostinho do que se pode achar nos museus! Rs... Pesquise também pelo museu Cerâmico de Tiwanaku.

Saindo dos museus foi hora de entrar no sítio arqueológico. Começamos com Kalasasaya, um templo quadrado onde se encontram a Porta do Sol (acredita-se que a locação original da porta é outra e ela foi movida) e o monólito Ponce, uma versão menor do Bennet. O guia nos explicou sobre o templo, nele foram encontrados também uma espécie de megafone, que funciona! Rs.. bem legal!

Templo Kalasasaya: Porta do sol, Monólito Ponce, miniatura idealizada so sítio e megafone.

De lá seguimos para a pirâmide Akapana, que é um pouco difícil de entender por estar em ruinas, e por fim seguimos ao templo semi-subterrâneo. O interessante como um todo foi notar os três mundos representados. A pirâmide como o ponto mais alto, o templo no nível normal, do meio, e o semi-subterrâneo como o mundo de baixo. O templo semi-subterrâneo é bem interessante também, suas paredes são cheias de rostos, todos diferentes um dos outros, e no meio há três monólitos.

Pirâmide Akapana (a cima) e templo semi-subterrâneo (a baixo).

E essa foi nossa manhã. Saímos para o almoço, nosso guia nos levou a um restaurante simpático, almocei carne de lhama, que é quase que o mesmo gosto de um bife de carne vermelha, a tradicional sopa de entrada, e depois do almoço antes de seguirmos para La Paz passamos pelo templo Pumapunku.

Templo Pumapunku.

O templo é na não se vê muita coisa. Ele não foi escavado, então na verdade você anda por cima do que seria a estrutura. Há uma foto da reconstrução do que seria o templo, e é possível andar por entre os monólitos que ficariam na parte superior do templo. Mas ainda assim vale o passeio!

Estrada de volta chegamos por volta das 14h30, 15h00 em La Paz. Decidimos ir direto a loja de perfume comprar os que tínhamos escolhido ontem. Na volta paramos no centro, fomos tomar sorvete na Dumbo, muito famosa e muito bom o sorvete também (fica de frente quase ao Hotel Copacabana).

No caminho, para minha sorte, e pra variar um pouquinho torci meu pé (sempre torço! Afe!). Daí resolvemos voltar ao Torino, jantamos no restaurante que divide o prédio com o hostel, e é muito bom e barato também.


Arrumamos a mala e deixamos o táxi marcado, amanhã vamos sair bem cedo, o voo sai de El Alto as 6h20 da manhã!

Bolívia: Dia 12 – Dia livre em La Paz

Fato que estávamos mortas de cansaço, então dormimos por toda noite, eu fui acordar quase na fronteira. O esquema é o mesmo que na vinda, com o detalhe que a fronteira só abre as 8h00. Se você planejar fazer esse trecho deve ficar atento aos horários em que a fronteira está aberta para não correr o risco de ter que ficar esperando ou até mesmo dormir uma noite esperando pelo próximo dia. Descemos do ônibus e estava bem friozinho, entramos na fila que já estava bem grande, demoramos mais que na vinda.

Vista do Lago TIticaca.
Demos a saída do Peru e quando estávamos atravessando para a Bolívia fomos abordadas por dois policiais federais nos “convidando” educadamente a acompanha-los. Olhei para Mari com aquela cara de “que coisa é essa?”, eles pararam um casal de brasileiros do nosso ônibus também. Fomos até o prediozinho deles, entramos numa sala, pediram que esvaziássemos os bolsos e mochilas. Foi até tranquilo comigo e com a Mari, pro casal de brasileiros foi meio tenso, porque estavam com mochila e os guardas começaram a usar os perfumes e fazer pressão, mas ok, tudo deu certo e fomos liberados para seguir caminho.

O caminho para frente estava muito bonito, você passa bastante tempo circulando pelas margens do Lago Titicaca, que foi uma pena mas não deu para incluir no roteiro. Enquanto estávamos em Cusco chegou uma frente fria, e as montanhas já estavam com bem mais neve.

Banais na Sagarnaga.

Chegamos a La Paz por volta de meio dia, já tava parecendo até nossa casa! Rs.. Fomos para o Torino novamente, largamos as mochilas e saímos para a Sagarnaga, para ir até a Bolívia Autêntica comprar o passeio de amanhã, que já está decidido por Tiwanaku. Como é hora do almoço, está fechado, então acabamos indo almoçar no Banais que é na Sagarnaga mesmo, e uma opção bacana de preço, comida, e lugar bonitinho. Quando passamos na porta no primeiro dia achamos até que seria caro e tal, mas é um bom custo benefício.  

Compramos Tiwanaku por Bs 75, além disso, tem que pagar as entradas lá no parque e o almoço!

Área de comércio em La Paz.

Seguimos então para uma área de La Paz onde se encontra de tudo, me senti quase na Ciudad del Este, juro! Rs.. As ruas com barraquinhas de tudo e mais um pouco. Um ponto de referência é a Av. Buenos Aires e a Calle Uyustus. Rodamos um bocado viu, procurando perfumes, shampoos e algumas outras coisas que a Mari queria. Acabamos entrando na FIORE Perfumeria onde é possível comprar perfumes originais! Cheiramos infinitos perfumes, decidimos por alguns, mas resolvemos voltar amanhã para buscar!


Voltamos para o hotel, o táxi foi Bs 15. Tomamos banho, descansamos um pouco e saímos para jantar. Na volta foi hora de ficar na internet, comunicar com a família e tal... hora de dormir para ir para Tiwanaku amanhã! Boa noite!

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Peru: Dia 11 – Machu Picchu

Enfim, o tão sonhado dia de conhecer Machu Picchu... como já devem ter percebido sou empolgada com as civilizações antigas, e esse fascínio surgiu por influência da minha mãe! OBRIGADA MÃE!


Machu Picchu.

Como a Mari não está tão empolgada quanto eu, combinamos que eu vou subir sem ela, e nos encontramos as 8h00 na porta do parque para o tour guiado.

A manhã está meio nublada, mas mesmo assim eu tô subindo... tomei café super rápido e peguei o ônibus mais cedo que consegui, acho que foi o de 6h40. O ticket do ônibus te dá direito a subir e descer uma vez durante o dia, não há horário pré-definido, e saem ônibus a todo momento. A subida dura cerca de 20 a 30 minutos, e a subida é dessas de serra que vai fazendo um zigue-zague.

A portaria do parque é grade, e é também onde se tem as estruturas de apoio. Na parte de baixo tem um restaurante e lanchonete, há também banheiros e um guarda volumes. É importante lembrar que não se tem banheiros do lado de dentro, e também que não se pode comer lá. A andança é grande se você tiver tempo de rodar a cidade e apreciar o vista, então leve uma garrafinha de água, faz falta! Além disso, se estiver com mochila grande vale usar o guarda volumes sem sombra de dúvidas. O ingresso é valido para o dia inteiro, então é possível entrar e sair se, por exemplo, você quiser comer ou ir ao banheiro!

Acho que muitos tem a expectativa de chegar na portaria e já ver a cidade, não é bem assim. Existe um caminho a ser percorrido para que se possa ver alguma coisa, decidir começar pela entrada de cima, de onde é ideal para ver o “sol nascer” que é a trilha a esquerda subindo uma “pequena” e nada inclinada escada! Aqui vale um esclarecimento. O dia já está claro este horário, mas como Machu está entre montanhas, a partir de um horário o sol vai gradativamente iluminando a cidade!

Na minha empolgação subi as escadarias com o coração a mil, e a minha primeira vista da cidade, apesar da chuva e da intensa neblina, foi de tirar o fôlego (pode ser porque estamos a 2.430 m de altitude e eu subi correndo)! Apesar de não conseguir ver o sol nascendo, porque a neblina só estava piorando, tive tempo para circular livremente pelas diferentes zonas da cidade, e como ainda era muito cedo estava bem vazia.

As 8h30 então nos encontramos na portaria para o tour guiado. Nosso guia foi o Pedro, pelo menos esse era o nome do nosso grupo, Grupo Pedro. Fizemos o tour em espanhol, fomos pelo mesmo caminho por onde comecei mais cedo. Agora a neblina e a chuva estavam um pouco piores, não dava para ver muito mais do que alguns metros a frente. Passamos pelas diferentes zonas: começa-se pela agrícola, passa-se pela sagrada onde estão os templos, a área do observatório como relógio de sol, a pedra de cerimônias, a urbana com a área de estudos, o templo do condor e finalizamos na praça central!


Machu Picchu.
É tudo muito impressionante, a capacidade de construção, a funcionalidade de cada zona, o escoamento de água pela cidade, o posicionamento dos mirantes e dos templos permitindo ver toda a cidade, a capacidade acústica de que se falando em um tom normal ecoar para toda a cidade, tudo que eu possa dizer não se compara à estar nesse lugar!


Machu Picchu.
Terminamos o tour por volta das 10h00, então tive bem mais tempo para recircular por toda cidade: a casa do Inca, o Templo do Sol, o espelho d’água... e foi durante esta terceira volta que o sol foi abrindo, as nuvens se afastando revelando a real beleza dessa cidade perdida! Definitivamente não dá para explicar!

Devido ao horário do trem tive que sair da cidade no ônibus de 12h00, uma pena! Fila para pegar o ônibus estava um pouquinho grande, mas deu tempo de descer, pegar a mochila no hostel e encontrar a Mari para o almoço. Em seguida pegamos o trem na estação, o acesso a estação é feito por dentro do mercado de artesanato, se ninguém te contar você fica meio perdido, mas acredite, você é obrigado a cruzar o mercado se quiser entrar na estação.

Desta vez, vi quase que a viagem de trem completa, a paisagem é muito bonita, vale sentar na janela, de preferência do lado direito, rs... Quando descemos em Ollanta já havia um senhor nos esperando com uma plaquinha. Pegamos a van e fomos até Cusco, descemos na Praça de Armas.

Fomos até o hostel para pegar nossas bagagens, tínhamos tempo, pois o ônibus para La Paz saía as 22h30, mas lembre-se que é preciso estar antes na rodoviária para fazer o embarque e pagar a taxa. Aproveitamos para comprar os últimos presentes, passamos pelo mercado de artesanato porque deixamos algumas coisas para comprar na hora de voltar para não ter que ficar carregando. Enfim, estávamos na rodoviária a tempo. A passagem para La Paz foi S./ 70, desta vez fomos espertas e pegamos as poltronas da fila do canto, que vira cama mesmo! A empresa foi a mesma, Nuevo Continente Internacional. Pagamos a taxa de uso da rodoviária, do mesmo jeito que acontece na de La Paz e seguimos viagem.

A previsão é chegar as 11h30 em La Paz, mas já sabemos que vamos acordar para atravessar a fronteira! Até amanhã!

domingo, 25 de agosto de 2013

Peru: Dia 10 – Valle Sagrado

Hoje o dia começou com café da manhã e empacotamento das malas. Como vamos voltar para o mesmo hostel vamos deixar as mochilas grandes guardadas aqui, e vamos para Machu apenas com uma mochila de ataque.

Depois do café da manhã ficamos esperando a van que nos pegou dentro do horário previsto. A primeira parada foi em Pisac, onde pagamos pelo ticket o Valle Sagrado no valor de S/. 70. Antes de irmos ao sítio arqueológico propriamente dito paramos em uma fundição de prata, onde é possível comprar jóias lindas e bem trabalhadas! O sítio arqueológico de Pisac é uma das cidades incas em ruínas que fazem parte do Valle Sagrado. O vale tem esse nome por estar na beira de um rio, que fazia com que as terras fossem férteis e, portanto sagradas. Por todo o caminho o nosso guia foi contextualizando a história e tradições incas.
VIsta do Valle Sagrado
e abaixo imagens das jóias de uma fundição local.

Para minha enorme tristeza o dia está chuvoso, é uma pena porque você acaba não admirando completamente a beleza ao seu redor. Infelizmente algumas coisas são observadas ao longe, e com tanta neblina e nuvens de chuva fica meio impossível de ver.

Pisac é uma ruína inca, com terraços de plantação, casas e tudo mais. Seu tamanho é bem menor que Machu Picchu, mas é impressionante para um primeiro contato com a cultura inca. É também o local onde se encontra o maior cemitério inca. O passeio foi todo na chuva,  mas foi possível ver a estruturas das casas, um pouco dos terraços e do outro lado da neblina os buracos onde os incas eram enterrados. O povo inca acreditava em outras vidas, desta forma seus mortos eram enterrados em posição fetal para o renascimento, junto também com seus pertences e itens que julgavam necessários na próxima vida. Outra coisa interessante é que os incas faziam suas cidades sempre próximas à fontes de água, que era canalizada para irrigação dos terraços.


Pisac.

Almoçamos em um restaurante no meio do caminho e seguimos até Ollantaytambo. Ollantaytambo é um povoadinho muito charmoso. As casas e estruturas foram feitas por cima das antigas estruturas incas, então se você reparar verá que a parte de baixo das casas, até cerca de um metro de altura é feita de pedra, e como estava chovendo, pudemos ver o sistema de escoamento de água também.

Ollanta
Entramos então nas ruínas de Ollanta pela porta Punku-punku. A cidade era um ponto de parada dos incas, uma parada para alojamento. Além disso, também é um ponto de vigia militar, estratégico para os incas. E fato que a vista inteira do vale lá de cima faz você concordar com essa teoria... rs... Ollanta também é interessante por ser um templo inacabado, e por tal infortúnio para os incas (de não conseguirem acabar a construção, não se sabe o motivo) permitiu aos estudiosos observar o método construtivo inca.


A subida é pelos terraços de plantação. Subindo pouco a pouco fomos parando para as explicações. Aos poucos as estruturas de amontoados de pedras começaram a modificar, se tornaram mais organizadas e polidas. Os incas diferenciavam as construções sagradas fazendo-as com pedras maiores e polidas, como pode ser visto nas fotos. A parte religiosa e sagrada de Ollanta é o incrível, porém inacabado, Templo do Sol, que fia no ponto mais alto das ruínas. Os monólitos gigantescos que compõe o templo são impressionantes. Os desenhos entalhados, no entanto, me parecerem um pouco destruídos, provavelmente pela ação do tempo.


Vista de baixo e de cima do templo de Ollanta.

O guia nos mostrou os pontos de apoio para mover as gigantescas pedras, mostrou as chaves utilizadas para unir os imensos blocos (é sabido que os incas sabiam manusear metais e fundi-los, utilizando em diversos propósitos) nos blocos deixados no meio do caminho. Fiquei pensando o que seria desse templo se o tivessem acabado. E fiquei ainda mais maravilhada com a capacidade de um povo extinto há mais de 500 anos de ter conhecimentos tão profundos de arquitetura, geologia, manuseio de metais e tantos mais...


Construções incas em Ollanta. Destaque para o Templo do Sol.
Na descida o guia nos mostrou a montanha a frente. Primeiro a formação talhada na montanha para parecer com um rei com uma coroa, no solstício de verão o sol bate iluminando o rei e o templo do sol! Segundo, mostrou na mesma montanha só que um pouco mais abaixo os silos de armazenagem de grãos, que ficavam a uma altura e posição tal que os grãos não se estragavam e ficavam seguros de possíveis saqueadores, motivo pelo qual se acredita que a outra face, também parecida com um rei com coroa e barba tenha sido entalhada, fazendo com que se tenha a impressão de um gigante carregando o silo nas costas!

        
Gigante entalhado na montanha.





Rei entalhado na montanha.






Enfim, maravilhada com tudo foi hora de descer. A inclinação da subida é enorme, e eu fiquei com muito medo de descer na chuva, mas a inclinação dos degraus da escada é de tal modo que seu corpo fica projetado para trás, e dá bastante estabilidade para descer, sem contar que há um sistema de escoamento de água à direita da escada, linda essa engenharia viu!

Deixamos o nosso grupo para trás, eles seguiram para as duas outras cidades do trajeto. Nós ficamos em Ollanta para pegar o trem para Águas Calientes. Paramos na praça central, tomamos um Pisco (bebida tradicional do Peru) e quando deu horário fomos para estação pegar o trem. Achei a estação meio bagunçada, tem vagões para locais e vagões turísticos. A fila estava enorme, mas embarcamos sem nenhum problema. Conhecemos no trem um grupo com sete brasileiras, bem legal, e a falazada acabou nos distraindo da viagem!


De Ollanta À Machu Picchu!

Para minha alegria, enfim desembarcamos em Águas Calientes, que é o povoado na base de Machu Picchu! É também muito charmoso, fomos recebidas na estação por um funcionário do hostel, que fica na beirada da linha do trem, andamos um pouco pelas ruas e fizemos check in. Depois saímos pelas ruelas, para quem fica mais tempo tem uma boate que falaram muito bem. Compramos uns lanches em uma das vendas e voltamos para o hostel. Eu pretendo acordar bem cedo para pegar o primeiro ônibus que sobe, para que com sorte eu veja o sol nascer em Machu Picchu... coração ainda batendo a mil de ansiedade!!!!

sábado, 24 de agosto de 2013

Peru: Dia 9 – Dia livre em Cusco e compra de Machu Picchu

Na nossa programação hoje é um dia livre para comprarmos o passeio e conhecermos a cidade!

                                 Porta do quarto,                                
detalhe da fechadura! rs...
Levantamos com o friozinho da manhã, menos que em La Paz, e fomos tomar café. O hostel é muito arrumadinho e bonitinho, quase que um hotel mesmo, detalhe para a fechadura do nosso quarto!. Após o café a primeira coisa que fizemos foi sentar no stand de turismo que fica na área de convivência do hostel para assuntar sobre Machu Picchu, afinal nosso principal objetivo de vir até Cusco era esse!

A moça que nos atendeu foi bem atenciosa, sugeriu horários e soluções para nossa urgência a ir para Machu Picchu, e depois que decidimos ela efetuou as compras de todos os tickets e as reservas que precisaríamos. Optamos por fazer parte do Valle Sagrado no dia seguinte, parando em Ollantaytambo para pegar o trem em direção a Águas Calientes, dormir em um hotel por lá para poder pela manhã subir ao sítio arqueológico para o tour guiado e retorno a Cusco no mesmo dia. Nosso passeio custou US$ 300 por pessoa... parece caro mas vale cada centavo! Esse preço incluiu:
·         Van saindo do hotel e levando a Pisac e Ollantaytambo;
·         Trem ida: Ollanta-Águas Calientes que no caso foi o Expedition saindo as 19h00 que custou US$ 48
·         Pernoite no Hostel Manco Inca
·         Passagem de ônibus ida e volta de Águas Calientes a Machu Picchu no valor de US$ 18,50
·         Entrada de Machu por S/. 142
·         Tour guiado para um grupo de pessoas
·         Trem de retorno: Águas Calientes-Ollanta que foi o Vistadome no valor de US$ 61
·         Van de retorno a Cusco

A questão do preço aqui varia muito do trem que você pega, que é uma parcela considerável do total, e se você dorme ou não em Águas Calientes. O resto é meio que fixo.

Enquanto a moça fazia nossas reservas nós fomos conhecer um pouco de Cusco e tirar dinheiro para pagar o passeio. Fomos primeiro à Plaza de Armas, uma coisa chata é que como é MUITO turístico o lugar, tem gente a cada segundo te oferecendo os passeios, presentes, restaurantes, massagens, salão de beleza e tudo mais o que se possa imaginar. Ouvimos um casal de brasileiros falando que iria colocar uma camisa no peito com os dizeres “Sou turista e não quero nada!”.  Depois da praça seguimos em direção a Av. El Sol, onde tem muitos bancos e casas de câmbio. Dessa vez foi a minha vez de não conseguir sacar dinheiro. Sorte que eu tinha levado reais e dólares, então acabei trocando na casa de cambio para as necessidades mais gerais que não davam para ser pagas no crédito.


Cusco
Voltamos ao hotel, pagamos o passeio e fomos almoçar. A comida aqui é bem melhor que a da Bolívia, mas no mesmo esquema, uma entrada de sopa, o prato principal do que você escolhe... a limonada vem com uma espuminha de clara de ovo batida em neve... eca... mas tá valendo! Rs...

Bolo e artesanato!


Depois do almoço descemos a avenida El Sol até o Mercado de Artesanato, e sabem todas as coisas que te oferecem na praça por um preço absurdo? Você acha tudo e um pouco mais no mercado por um preço um pouco melhor. Dá para ir a pé, é um tiquim longe mas nada d+. O ponto de referência para o mercado é o Pachacutec que é um monumento bem de frente ao mercado.

No caminho encontramos uma cafeteria com um bolo sensacional! Rs.. Demos um pulo na rodoviária para comprar as passagens da volta para La Paz, e de lá pegamos um taxi de volta para o hostel, que foi bem barato, S./ 10.

De noite ficou mais frio, mas bem melhor porque não estava tão seco, saímos para jantar e descobrimos que as baladas por aqui começam cedo e terminam cedo... então o jeito foi voltar para dormir e amanhã chegar até Águas Calientes!

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Bolívia: Dia 8 – Ida para Cusco

Decidimos que o próximo destino seria Cusco e Machu Picchu. Por conta das férias curtas a solução foi fazer este trecho da viagem bem mais corrido.

Chegamos na rodoviária de La Paz e compramos as passagens para Cusco, a saída estava marcada para as 8h00 e a chegada por volta das 20h00, 21h00. Compramos a passagens pela empresa Nuevo Continente Internacional, por Bs. 86. Na rodoviária você ainda tem que pagar a taxa de embarque (Bs. 2), que é separado do bilhete. A rodoviária de La Paz tem wi-fi, mas não conseguimos conectar, então a Mari pagou por uma hora de uso em uma das lojas que prestam esse serviço. Compramos passagem para viajar em leito (cama) e colocamos uma sentada do lado da outra no andar de cima do ônibus.

Quando embarcamos percebemos que na verdade o ônibus tem três filas: a do canto isolada que é realmente cama e que abaixa completamente ficando mesmo como uma cama, e a fila dupla onde o encosto das costas desce quase completamente e o apoio para os pés fica em ângulo com  o assento.
Já estávamos bem cansadas de ficar viajando, mas era o que tinha para hoje. Seguimos então em direção ao Peru. Algum tempo depois estávamos na fronteira, e o que acontece é o seguinte: Eles param o ônibus e todo mundo desce e tem que ir até a fronteira, dar saída na Bolívia, atravessar a fronteira e dar entrada no Peru. Para a saída você terá que preencher mais um formulário e entregar o certificado de entrada (lembra do papel que você recebe na entrada do país, que você não pode perder? É ele!).  A entrada é a mesma coisa, preenche formulário, apresenta passaporte e pronto.

Depois que você está do outro lado tem que esperar o ônibus ser revistado e atravessar a fronteira para então seguir viagem. Ficamos um tempo esperando o ônibus, deu tempo para ir em um banheiro e comprar um lanche. A moeda do Peru é o Sol, mas nessa cidadezinha da fronteira ainda se aceitam Bolivianos, Reais e Dólares. É bem estranho também que no meio da rua tem um monte de pessoas com uma mesinha fazendo cambio de moedas, não quis ariscar! Depois disso, voltamos ao ônibus e seguimos viagem.

Chegamos bem tarde em Cusco, já eram mais de 22h00, não sei por que atrasou, a viagem de modo geral (enquanto eu fiquei acordada) foi bem tranquila e com uma paisagem bem legal! 


Vista na janela do ônibus do Lago TIticaca.

Quase todas as lojas da rodoviária estavam fechadas, não tínhamos hostel definido e estávamos bem cansadas. Um senhor nos abordou no terminal mostrando fotos de hotéis e isso e aquilo, TOMEM CUIDADO. Bem como na Bolívia muitos taxistas irregulares roubam os passageiros. Ouvimos dizer dessa abordagem dos passageiros chegando. Eles chegam, mostram fotos do hotel, se mostram solícitos, e quando você vai com eles é roubado. Agradecemos e fomos até uma lan-house que estava aberta no segundo andar para procurar alguns nomes de hostels. O ponto de táxi dentro da rodoviária é confiável, eles têm que ser registrados e pagam uma taxa para entrar no terminal. Esse ponto fica a esquerda de quem está saindo do terminal. Sacamos dinheiro, negociamos o valor do táxi (outra dica importante sempre negocie o preço antes de entrar no táxi, e pode pedir para reduzir que o preço inicial sempre é mais alto) e fomos rumo a Plaza de Armas, uma boa região para ficar em Cusco.

O primeiro hostel que passamos para variar estava cheio, o taxista nos indicou e nos levou a um da família dele, era até aceitável, mas como a internet não funcionava e precisávamos dar notícias acabamos pedindo dicas para a senhora que nos atendeu e fomos para o Hostel Hitchhikers Backpackers. Não podia ter sido melhor escolha. Um hostel bonito, meio família, cama boa, banheiro limpinho e tudo organizadinho e com wi-fi e café da manhã. O quarto duplo com banheiro privado ficou por S./ 84 a diária. E a localização é muito boa, na rua Saphi, a umas duas quadras da praça, no centro histórico de Cusco.

Como chegamos muito tarde, mortas de cansaço resolvemos não sair para comer. O cara da recepção nos deixou usar a cozinha, e tínhamos miojo na mala, foi a salvação!


Ufa! Banho e cama! E até amanhã!

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Bolívia: Dia 7 – Salar de Uyuni: 3 de 3

Enfim o último dia por Uyuni! Levantamos por volta das 7h00, a água da minha garrafinha congelou durante a noite, mas não passei frio por baixo dos infinitos cobertores e as minhas roupas de frio! Rs... café da manhã e entrar no carro. A primeira parada foi a Laguna Colorada... ela é linda! Tem um tom vermelho vivo, e pra variar com uma montanha de um vulcão inativo no fundo! Mais uma vez vimos um monte de flamingos pela lagoa! Acho que esta é a maior delas, e mais uma vez, sensacional a vista, o lugar, a experiência!

Laguna Colorada.


Daí para frente começou o longo caminho de volta com algumas poucas paradas! Paramos por uma área mais baixa, por volta dos 3.400 m, onde a neve descongela e forma um riozinho, já há mais vegetação e verdinhas, não as secas e amarelas dos quase 5.000! rs... A água é limpa e fresca, enchemos as garrafinhas e pé na estrada!


Água do descongelamento da neve.

Paramos ainda em mais duas áreas de formações rochosas gigantes! Ficamos pequenos diante da imensidão delas, e mais uma vez recorro às fotos para me fazer entender... Procure com o zoom na primeira foto a esquerda e vai ver que estamos escalando essa rocha!


Área rochosa, ficamos pequenos! Dê um zoom na primeira fotoa a esquerda!

Almoçamos em um povoadinho, e por fim, cerca de 15h00 estávamos de volta à cidade de Uyuni. Fomos para a pracinha tomar uma cerveja enquanto esperávamos o horário do ônibus (20h00) da Todo Turismo para voltar a La Paz.

O ônibus saiu no horário, mesmo esquema da vinda, um macarrão de jantar, estrada de terra ruim no começo, asfalto de um ponto para frente. O wi-fi também não funcionou, e já tem três dias que não damos sinal de vida para nossas famílias, mas pelo menos o aquecedor funcionou certinho, e frio não passamos.


Expectativa de chegar em La Paz as 6h30 de amanhã!

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Bolívia: Dia 6 – Salar de Uyuni: 2 de 3

Pensando na viagem completa, esse foi o dia mais variado de todos! (desculpem pelo post grande e as infinitas fotos!) Levantamos super cedo para tomar café, as 6h00 jé estávamos no carro carregado com nossas mochilas para seguir caminho... Essa manhã tava frio pra ninguém botar defeito, -6°C no termômetro, e um vento que te contar... impossível, congelei!!! 

Fumarolas do vulcão Ollague.
Amanhecer no vulcão Ollague.



Saímos as 6h05 em direção ao mirante do vulcão Ollague de 5.870 m de altitude... parei de falar de altitude, mas porque já estamos acostumadas com ela. O salar está em 3.800 m mais ou menos, e o fim do segundo dia do passeio é para estarmos em torno do 4.800 m, 4.900 m dependendo de onde você fica. Por conta da altitude a temperatura é baixa, mesmo com sol, e pegamos muito vento por todos os lugares que passamos. Vimos o dia amanhecer no caminho, e por sinal muito lindo! Do mirante do Vulcão Ollague é possível ver suas fumarolas, são duas, e vê-las dá a sensação que a montanha ali na frente é um bule de chá!

Seguimos em frente, e alguns quilômetros depois chegamos a mais uma lagoa linda, cheia de flamingos.  Acabei não anotando o nome desta lagoa, (pelo mapa acho que era a Capina). Ela tem uma cor azulada clara, um vulcão inativo no fundo... o dia ainda tava frio, então parte das margens estava com uma pequena camada de gelo... Em frente passamos mais tempo no carro... agora o trajeto parecia ser um deserto, ao fundo a montanha das sete cores... Pausa para fotos, bora andar mais um pouco!


Por ordem: Laguna Capina, Montanha das Sete Cores, área ao redor do Árbol de Piedra.



Árbol de Piedra



Chegamos então ao Árbol de Piedra... como saímos cedo, só estávamos nós! O Árbol é uma formação rochosa moldada pela ação do vento. O monólito que dá nome ao local não foi o que mais me impressionou, e sim outras rochas beeeeem maiores na mesma área! Achei interessante também a variedade do lugar, deserto, rochas gigantescas, neve, montanha colorida... enfim, de tudo um pouco!



Estruturas rochosas na área do Árbol.

Pé na estrada até a entrada da “Reserva Nacional de Fauna Andina Eduardo Avaroa” à beira da Laguna Colorada, como voltamos nela depois com calma, agora vou passar direto! Rs.. Após pagar o ingresso do parque (180 bs) nosso caminho seguiu até uma área com gêiseres chamada Sol de Mañana. Depois fui descobrir que é uma área de aproximadamente 10 km² com altitude até 5.000 m com intensa atividade vulcânica. É super legal ver a lama borbulhando e a fumaça saindo... mas fede a enxofre! Rs... meu cabelo ficou fedido o dia inteiro! Rs.. mais ao lado, existe uma área em que a água não é tão quente, mas é morna... muito divertido esse lugar! No caminho até o próximo destinos vimos a obra da construção de uma usina térmica para gerar energia elétrica para a região.

Gêiser Sol de Mañana.

Seguindo em frente mais tempo no carro... da janela é possível ver paisagens de tirar o fôlego. Desertos, rochas, neve, lagoas, terra, vegetação rasteira, um contraste absurdo de cores, das rochas negras a montanhas avermelhadas, o amarelo do deserto e os tons de azul e verde do céu e das lagoas do caminho.

Chegamos enfim, ao que eu posso classificar, sem sombra de dúvidas, o ponto alto do passeio. Comecei a ver um vulcão (Vulcão Licancabur) muito bacana no fundo, que foi ficando cada vez mais perto, mais perto. Seu cume tinha um pouco de neve, e sua cor negra destacava no horizonte. Comecei então a ver uma lagoa de um tom azul esverdeado, e já estava maravilhada quando, no virar da “esquina” chegamos à Laguna Verde!


Laguna Verde! =)

Ainda dentro do carro já tirei um monte de fotos, este lugar sem pestanejar é o mais bonito que já fui! A dica do nosso guia é ir pela tarde, quando há mais vento, o que faz com que ela fique mais verde ainda! Ele nos mostrou a cor dela pela manhã, e é bem menos impressionante, e o interessante é que no roteiro tradicional ela é visitada pela manhã, acho que por questões logísticas, então vale a dica, escute o guia! Rs...

Ficamos muito tempo na lagoa, se não fosse o frio dava até para nadar! E para explicar esse lugar, nem foto, é ir para ver mesmo!

Caminho de volta fomos até o local de banho das águas termais! Já estava terminando a tarde quando chegamos lá. È bem legal que a água é bem quentinha, e escorre para a lagoa que está com as beiradas congeladas! 


Águas Termais.
Após o tempo para o mergulho foi hora de ir para o abrigo da vez. No caminho o por do sol no deserto e a lua nascendo, essa foto da lua foi tirada alguns segundos depois da do pôr-do-sol e a -1°C!

Ao olhar para frente o pôr-do-sol, ao olhar para trás a lua nascendo, perfeição da natureza!

Abrigo onde passamos a noite.

Dentro do parque a estrutura não é lá grandes coisas, ficamos em um abrigo sem água quente, então é claro que não teve banho afinal o frio era muito, e com a falta de estrutura o abrigo não era aquecido.  Ficamos em um quarto para todos do carro, ou seja, nós seis, a cama e os cobertores eram bons.

Jantamos, dessa vez foi massa e vinho, batemos papo até altas horas e cama!

Amanhã é o caminho de volta!

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Bolívia: Dia 5 – Salar de Uyuni: 1 de 3

Salar de Uyuni!

A ida até Uyuni foi de certa forma muito tranquila, eu esperava coisa pior. Não senti frio no caminho, a parte da estrada de terra balançou muito, mas nada que desse problema.

Chegamos em torno das 8h00, estava bem frio. Uyuni é um povoado bem pequenininho, com jeito de bem simples. Nada de prédios gigantes ou coisa assim, casinhas de dois andares no máximo. Chegamos na empresa Todo Turismo, lá tomamos um chá quente e fomos ao banheiro. Por conta do frio a água congela nos canos, então não tinha água na pia!

Fomos recebidas pela moça da empresa que o pacote foi contratado, ela nos levou até a loja dela. Largamos as mochilas lá e fomos a uma vendinha comprar chapéu por conta do sol. A cidade estava um deserto, nada tinha aberto ainda, só essa vendinha mesmo. Quando voltamos a loja a moça nos explicou que parte do nosso grupo não tinha conseguido chegar a Uyuni, e nesse ponto começou os nossos problemas...

O passeio de 4x4 em Uyuni é normalmente feito em grupo de 6 a 7 pessoas. Os trajetos e hotéis em que se pode passar as duas noites variam muito em função do valor que é pago. Nós pagamos um passeio com quarto duplo e banho privado. Como o pessoal que iria conosco não apareceu, tínham que nos realocar em outro grupo. A moça quis então nos colocar num grupo com quarto para 8 sem banheiro... Lógico que não aceitamos. Além disso, o trajeto é modificado conforme os hotéis, então deixaríamos de ver um ou dois pontos por estarem fora da rota... Conversamos, exigimos e por fim, depois de muito argumentar fomos realocadas. O passeio seria completo, mas apenas no primeiro dia teríamos quarto duplo com banheiro. Era o que dava para fazer, e já estávamos lá, então era embarcar e curtir o passeio!


Nosso 4x4 dos próximos 3 dias!

Por volta das 11h00 embarcamos no 4x4. Nosso grupo era composto de 3 franceses, um peruano, a Mari e eu. A primeira parada é bem na saída da cidade, o Cemitério de Trens. Uyuni era um centro de comércio, por onde passa uma ferrovia. As locomotivas eram a vapor, mas imaginem achar água para essas locomotivas em meio a um deserto? Não era para funcionar, rs... Bom, com a evolução das tecnologias as locomotivas foram trocadas, e o centro comercial de Uyuni sofreu uma certa decadência, assim quando as locomotivas foram trocadas pelas novas (que ainda hoje circulam pela região) as antigas foram apenas deixadas de lado, e assim se criou o Cemitério de Trens... O legal é que dá para subir, pular, enfim, fazer graça por lá! Depois a típica parada para compra de artesanato.


Cemitério de trens.
Em seguida fomos para o Salar de Uyuni! Na época de chuvas (verão) não é possível circular por cima dele porque fica como uma lagoca, com cerca de 30 cm de água, mas no inverno como o tempo é seco pode-se circular livremente pelo salar. Uyuni é o maior salar do mundo, com mais de 11.000 km² de extensão! Logo paramos para ver a exploração do sal, muito simples, eles raspam o chão fazendo montes, que em seguida são enviados por caminhão para processamento. O guia nos contou que se pode usar o sal diretamente, parece um sal grosso de churrasco, e que eles assim o fazem, mas para vender acabam processando.

A vista no salar é incrível... branco de se perder de vista... o céu super azul neste dia...  passamos por um monumento cheio de bandeiras, e sempre que queríamos observar algo parávamos e descíamos do carro. Já eram mais de 13h00 quando paramos no meio do salar para o almoço. Nosso pacote incluiu todas as refeições. O almoço foi feito pelo nosso guia (que também é o motorista). Enquanto ele organizava as coisas nós aproveitamos par tirar as famosas fotos em perspectiva... O que mais me impressionou de longe foi o silêncio desse lugar, absoluto silêncio. Eu me afastei um pouco de onde o carro estava parado, onde já não era possível ouvir meus colegas de viagem conversando, e o silêncio ao meu redor era puro. Devido ao ambiente salino não há animais que conseguem sobreviver no salar, e como não havia mais ninguém ao nosso redor, pude sentir o que realmente é o silêncio.

Salar de Uyuni!


Vista de Uyuni do alto da ilha Incahuasi.



















Pedra de sal.


O almoço estava bem gostoso, foi carne de lhama, quinoa, salada de alface e tomate... tava com pouco tempero, eu queria um pouquinho de sal mas não tive coragem de pegar do “chão” então comi sem tempero... irônico não? Rs.. Enquanto almoçávamos o guia nos explicou que por baixo da camada de sal era um alagado, e que as pedras de sal formam-se para baixo. Ele abriu um olho (buraco) no chão e tirou uma pedra que trouxe comigo, após secar ela fica bem rígida, e é impressionante como os cristais se forma em quadrados perfeitos!





Cactus na ilha Incahuasi.
Após mais algum tempo rodando no salar começamos a ver ao longe um pico. No salar existem algumas ilhas que emergem do sal. Essas ilhas são cobertas por cactos, alguns com mais de 900 anos! Paramos na Incahuasi, paga-se Bs. 30 para subir... é super legal e a vista lá de cima é ainda mais extraordinária! De lá é possível ver o quão grande é o salar, em algumas direções em que se olha é impossível ver qualquer coisa além do branco do sal, como se fosse um mar, só que branco! E essa foi a última parada antes de irmos para o hotel.

Gastamos mais algumas horas da ilha até sair do salar, e mais um bocado de chão até a vila onde passaríamos a noite. Ficamos em um hotel de sal, bem simples, feito com tijolos de sal e cactos, já estava escurecendo quando chegamos. Descemos as mochilas e foi nos servido um café da tarde. Tomamos banho e voltamos para o jantar. Primeiro uma sopa de legumes e depois frango com batata... tive dúvidas se era mesmo frango, a coxa parecia maior que a de peru, mas o guia jurou que era frango! Rs...



VIsta do nosso hotel! Que lua! 

Após comer, compramos uma cerveja e saímos para andar no povoado, os meninos queriam tirar foto da lua e do céu, que por sinal estavam maravilhosos! Não há iluminação nas vielas, só a luz do luar mesmo, faz frio.. rs.. o chão é de uma areia fininha  que compacta, as casas são todas com cara de simplesinhas.. Por conta do frio voltamos para o quentinho do hotel. Batemos papo, e hora de dormir, amanhã saímos as 6h00!